CONTAMINAÇÃO DE CEREAIS COM TOXINAS DE FUNGOS (MICOTOXINAS)
Responsável por grande número de óbitos de filhotes de pássaros
1) Introdução
Os cereais pertencem, desde épocas remotas, à categoria dos nutrientes essenciais à humanidade. Eles serviam como unidade de medida na antiguidade, sendo usados até mesmo para o pagamento de impostos e tributos. Com o decorrer dos anos quase não houve mudanças no papel nutricional destes nutrientes, que constituem a base da alimentação, não só do homem, mas também das diferentes espécies animais: bovinos, eqüinos, caninos, felinos, pássaros, peixes, roedores, etc. Segundo dados do Ministério da Agricultura da Alemanha (Serviço de Informação ao consumidor – AID, 1992) a produção mundial de cereais é de cerca de 1,8 bilhões de toneladas por ano. O gráfico abaixo mostra a distribuição percentual dos principais grãos produzidos.
Como características nutricionais gerais dos cereais destacamos a alta concentração de amido, bons níveis de proteína, excelente digestibilidade e baixos teores de fibras.
Entretanto, estas características estão sujeitas à ação de vários fatores: características do solo, época de plantio, idade do cereal na colheita, presença de fungos, etc. Entre estes fatores, gostaríamos de abordar o aspecto relativo à presença de fungos, uma vez que estes podem comprometer, muitas vezes de forma definitiva, a qualidade do cereal.
2) Micotoxinas em Cereais
A presença de fungos e de seus "venenos" em alimentos é conhecida desde épocas remotas. Micotoxinas podem ser formadas, mantidas ou reduzidas durante a produção, o armazenamento ou durante o processamento de alimentos. Devido ao aumento da demanda no consumo mundial de cereais, foi necessário o desenvolvimento de tecnologia para o aumento respectivo da capacidade produtiva destes nutrientes. Entretanto, o aumento da produção é acompanhado pelo aumento dos agentes contaminadores (fungos, bactérias, ácaros, insetos, etc.), principalmente devido à quebra do equilíbrio natural existente entre os diferentes componentes de um ecossistema. O quadro a seguir
apresenta os fatores que influenciam o aparecimento de micotoxinas nas fases de cultivo e armazenamento dos diferentes alimentos, mostrando também alguns fatores que influenciam a ação destes "venenos" nos animais.
O prejuízo causado pelas toxinas de fungos presentes nos cereais não deve ser menosprezado, pois as manifestações de sua ação podem variar de vômitos ocasionais a convulsões e morte repentina. A tabela a seguir mostra algumas das principais micotoxinas presentes em alimentos, assim como os animais mais freqüentemente afetados por estas micotoxicoses.
Doença
Fungo
Planta/Substrato
Micotoxina
Animais Afetados
Patogenia/Sintomas
Aflatoxicose
Aspergillus flavus
Aspergillus parasiticus
Trigo, soja, sorgo, cevada, farinha de cereais, amendoim, milho, milho de pipoca, etc.
Aflatoxinas B1, B2, G1, G2
Aves, roedores, cães, peixes, suínos, bovinos, etc.
Aflatoxinas são hepatotóxicas, teratogênicas, mutagênicas e carcinogênicas. Sintomas incluem queda de produção, supressão imunológica, sintomas nervosos, etc
Ocratoxicose
Aspergillus ochraceus
Penicillium viridicatum
Cevada, trigo, milho, arroz, cereais triturados
Ocratoxina A, derivados da dihidroisocumarina
Aves, suínos
Toxinas interferem na síntese de proteínas, levando a alterações renais degenerativas, perda de peso, polidipsia e poliúria.
Estrogenismo
Fusarium graminearum
Milho, cevada, sorgo, fenos, sementes, cereais
Zearalenona (F2)
Suínos, bovinos e outras espécies
Micotoxina com atividade estrogênica: edema de vulva,
triturados
infertilidade, prolapsos retal e vaginal.
Recusa de alimentos
Fusarium graminearum
Cereais
Deoxinivalenol
Aves, suínos, bovinos
Estimulação central e local causando vômitos
Tricoteceno-Toxicose
Várias espécies de Fusarium
Cereais
Toxina T2
Várias espécies
Agente de necrose epitelial, supressão imunológica, síndromes hemorrágicas.
Citrinina-Toxicose
Penicillium citrinum
Penicillium viridicatum
Maioria dos cereais e gramíneas
Citrinina
suínos
Toxina nefrotóxica
É importante lembrar que as toxinas podem estar presentes nos alimentos, mesmo após a eliminação dos fungos. Além disso, muitas delas são resistentes a processos industriais, tais como o cozimento. Somente a determinação dos níveis de toxinas nos cereais pode garantir a qualidade destes nutrientes, evitando-se o risco de intoxicações por micotoxinas. Alguns dos métodos empregados para a determinação de níveis de micotoxinas são o HPLC (Cromatografia Líquida de Alta Pressão) e o TLC (Cromatografia de Camada Fina). A análise deve ser feita em amostras representativas do alimento questionado, devendo ser realizada por órgãos credenciados. Somente desta forma podemos ter certeza, em relação à qualidade do cereal, que poderá então ser utilizado das diferentes formas possíveis, desempenhando um papel importante na alimentação do homem e dos animais.
3) Bibliografia
AID 1992, Verbraucher Dienst Informiert 1194;
LUZZARDI, GC. & OLIVEIRA, BS. 1973. Fitopatologia 8:13;
NANCOZ, R. 1993. Migraine: quoi de neuf? Rev. Med. Suisse. Romande 113 (12): 1009-13;
WAGNER, H. 1993. Pharmazeutische Biologie 2:189-93;
WOLFF, J. 1994. Übersichten zur Tierernährung 22 (1): 93-7.
Retirado de:
www.lagopas.com.br
Responsável por grande número de óbitos de filhotes de pássaros
1) Introdução
Os cereais pertencem, desde épocas remotas, à categoria dos nutrientes essenciais à humanidade. Eles serviam como unidade de medida na antiguidade, sendo usados até mesmo para o pagamento de impostos e tributos. Com o decorrer dos anos quase não houve mudanças no papel nutricional destes nutrientes, que constituem a base da alimentação, não só do homem, mas também das diferentes espécies animais: bovinos, eqüinos, caninos, felinos, pássaros, peixes, roedores, etc. Segundo dados do Ministério da Agricultura da Alemanha (Serviço de Informação ao consumidor – AID, 1992) a produção mundial de cereais é de cerca de 1,8 bilhões de toneladas por ano. O gráfico abaixo mostra a distribuição percentual dos principais grãos produzidos.
Como características nutricionais gerais dos cereais destacamos a alta concentração de amido, bons níveis de proteína, excelente digestibilidade e baixos teores de fibras.
Entretanto, estas características estão sujeitas à ação de vários fatores: características do solo, época de plantio, idade do cereal na colheita, presença de fungos, etc. Entre estes fatores, gostaríamos de abordar o aspecto relativo à presença de fungos, uma vez que estes podem comprometer, muitas vezes de forma definitiva, a qualidade do cereal.
2) Micotoxinas em Cereais
A presença de fungos e de seus "venenos" em alimentos é conhecida desde épocas remotas. Micotoxinas podem ser formadas, mantidas ou reduzidas durante a produção, o armazenamento ou durante o processamento de alimentos. Devido ao aumento da demanda no consumo mundial de cereais, foi necessário o desenvolvimento de tecnologia para o aumento respectivo da capacidade produtiva destes nutrientes. Entretanto, o aumento da produção é acompanhado pelo aumento dos agentes contaminadores (fungos, bactérias, ácaros, insetos, etc.), principalmente devido à quebra do equilíbrio natural existente entre os diferentes componentes de um ecossistema. O quadro a seguir
apresenta os fatores que influenciam o aparecimento de micotoxinas nas fases de cultivo e armazenamento dos diferentes alimentos, mostrando também alguns fatores que influenciam a ação destes "venenos" nos animais.
O prejuízo causado pelas toxinas de fungos presentes nos cereais não deve ser menosprezado, pois as manifestações de sua ação podem variar de vômitos ocasionais a convulsões e morte repentina. A tabela a seguir mostra algumas das principais micotoxinas presentes em alimentos, assim como os animais mais freqüentemente afetados por estas micotoxicoses.
Doença
Fungo
Planta/Substrato
Micotoxina
Animais Afetados
Patogenia/Sintomas
Aflatoxicose
Aspergillus flavus
Aspergillus parasiticus
Trigo, soja, sorgo, cevada, farinha de cereais, amendoim, milho, milho de pipoca, etc.
Aflatoxinas B1, B2, G1, G2
Aves, roedores, cães, peixes, suínos, bovinos, etc.
Aflatoxinas são hepatotóxicas, teratogênicas, mutagênicas e carcinogênicas. Sintomas incluem queda de produção, supressão imunológica, sintomas nervosos, etc
Ocratoxicose
Aspergillus ochraceus
Penicillium viridicatum
Cevada, trigo, milho, arroz, cereais triturados
Ocratoxina A, derivados da dihidroisocumarina
Aves, suínos
Toxinas interferem na síntese de proteínas, levando a alterações renais degenerativas, perda de peso, polidipsia e poliúria.
Estrogenismo
Fusarium graminearum
Milho, cevada, sorgo, fenos, sementes, cereais
Zearalenona (F2)
Suínos, bovinos e outras espécies
Micotoxina com atividade estrogênica: edema de vulva,
triturados
infertilidade, prolapsos retal e vaginal.
Recusa de alimentos
Fusarium graminearum
Cereais
Deoxinivalenol
Aves, suínos, bovinos
Estimulação central e local causando vômitos
Tricoteceno-Toxicose
Várias espécies de Fusarium
Cereais
Toxina T2
Várias espécies
Agente de necrose epitelial, supressão imunológica, síndromes hemorrágicas.
Citrinina-Toxicose
Penicillium citrinum
Penicillium viridicatum
Maioria dos cereais e gramíneas
Citrinina
suínos
Toxina nefrotóxica
É importante lembrar que as toxinas podem estar presentes nos alimentos, mesmo após a eliminação dos fungos. Além disso, muitas delas são resistentes a processos industriais, tais como o cozimento. Somente a determinação dos níveis de toxinas nos cereais pode garantir a qualidade destes nutrientes, evitando-se o risco de intoxicações por micotoxinas. Alguns dos métodos empregados para a determinação de níveis de micotoxinas são o HPLC (Cromatografia Líquida de Alta Pressão) e o TLC (Cromatografia de Camada Fina). A análise deve ser feita em amostras representativas do alimento questionado, devendo ser realizada por órgãos credenciados. Somente desta forma podemos ter certeza, em relação à qualidade do cereal, que poderá então ser utilizado das diferentes formas possíveis, desempenhando um papel importante na alimentação do homem e dos animais.
3) Bibliografia
AID 1992, Verbraucher Dienst Informiert 1194;
LUZZARDI, GC. & OLIVEIRA, BS. 1973. Fitopatologia 8:13;
NANCOZ, R. 1993. Migraine: quoi de neuf? Rev. Med. Suisse. Romande 113 (12): 1009-13;
WAGNER, H. 1993. Pharmazeutische Biologie 2:189-93;
WOLFF, J. 1994. Übersichten zur Tierernährung 22 (1): 93-7.
Retirado de:
www.lagopas.com.br
Qua Jul 08 2015, 14:49 por Andersongb
» Apresentação!
Qui Abr 30 2015, 18:45 por ronaldooliveira
» Apresentação de Célia Maria Cayres - São Paulo - SP
Ter maio 20 2014, 13:08 por CÉLIA MARIA CAYRES
» Receita para o sucesso de criação em cativeiro
Ter maio 20 2014, 08:39 por Pablo Silva
» DICA: se meu trinca está corrido e agora?
Ter maio 13 2014, 18:36 por Monteiro Junior
» Aplicação e uso do hortelã
Seg maio 05 2014, 22:52 por eder simao satiro
» Samurai meu Trinca amazonense
Dom maio 04 2014, 14:30 por eder simao satiro
» Navalha de macaco e tiririca
Seg Abr 14 2014, 22:41 por Monteiro Junior
» Uso do propolis verde
Seg Mar 31 2014, 15:35 por Monteiro Junior