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    UMA VISÃO DE FUTURO

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    UMA VISÃO DE FUTURO Empty UMA VISÃO DE FUTURO

    Mensagem por Monteiro Junior Qui Dez 12 2013, 19:16

    UMA VISÃO DE FUTURO
    Até bem pouco tempo atrás ninguém se preocupava com as questões de meio ambiente, tudo era normal: degradar, poluir, infectar, criar aterros sanitários e de matérias altamente poluentes, produzir bombas atômicas, fabricar pesticidas, aplicar defensivos, provocar erosões, lançar gases poluentes no ar. Desmatamento descontrolado, caçar, manter e matar animais silvestres e mais, e mais...
    Hoje, todavia, a sociedade se preocupa e muito, ou seremos extintos todos antes da hora. Nessa seqüência, a situação ficou complicada e aí foram criadas em todo o mundo, para combater os absurdos, leis e mais leis, normas e mais normas e nós estamos aqui em pleno século 21 com a obrigação de corrigir tudo que é de errado, de abuso e que é de exagero que tem sido e foi cometido contra a natureza.
    Seria de toda a sociedade buscar o desenvolvimento sustentável, uma boa qualidade de vida para todos, sem maiores agressões ao meio ambiente; deveria ser assim; ou não estamos evoluindo? Nosso desenvolvimento é enganoso? Guerras inexplicáveis, fome, racismo, violência , opressão dos países ricos contra os pobres; o protocolo de de Kioto? Um mundo onde só quem tem muito dinheiro pode ter uma vida condigna; infelizmente essa é a realidade, a dura realidade. Gente morrendo de fome contrapondo ao lucro fácil. A busca do enriquecimento imediato, a falta de uma visão de futuro está nos levando realmente para a iminência do buraco negro, ao caos.
    O ambiente natural é o que mais tem sofrido com toda essa pressão descabida e insensata. Os animais silvestres estão sendo confinados e desaparecendo gradativamente, muita gente se enriquecendo com isso e
    pouco de efetivo se faz, o interesse econômico fala mais alto. No Brasil, não é diferente, e às vezes ainda muito pior; temos uma das melhores legislações do mundo mas pouco se faz para cumprir a lei.
    Não deveria, então, haver espaço para subterfúgios, para engodos e sofismas, pois a questão é de sobrevivência para nós, para nossos filhos e para a própria raça humana. São desrespeitos e mais desrespeitos é só citar a poluição do rio Tietê em São Paulo para não se precisar de mais nenhum exemplo; gasta-se milhões e nada de avanço no sentido de resolver o problema, pronto, acabado. Dizer mais o quê? Ninguém nesse nosso País nos fale sobre cuidado com o meio ambiente sustentável enquanto houver daquele jeito os Rios Tietê e Pinheiros dentro da cidade com um PIB de quase 400bilhoes de reais, é demais, não dá para engolir.
    Bom, nosso foco é falar de aves, como sempre. E com elas, o que está acontecendo? Sim, estamos em momento crítico, único na história talvez. Oportunidade em que precisamos decidir se vamos participar e ser coniventes com a dizimação total ou vamos trabalhar unidos no sentido de proteger, conservar e preservar nossa avifauna, sem questões menores, imediatistas, particulares e egoístas; se sim, como é óbvio, ainda é tempo. Mas, precisamos parar urgentemente com a hipocrisia, com acusações infundadas e com a ganância de alguns.
    Chega de tanta confusão ou nós não iremos avançar, na era da comunicação instantânea, da informática, da Internet e de suas redes sociais, não pode mais haver desinformação, essa é a nossa salvação, ainda bem.....Em nosso País, a questão fauna é sui generis. Temos de tudo aqui: uma imensa extensão de terra que abriga quase 2.000 espécies de aves nativas e 20% dos lares brasileiros possuem aves (sem especificação). Seriam cerca de seis milhões de pessoas envolvidas, daí se deduz que grande parte dos espécimes foram retirados da natureza.
    Um uso/costume que precisa ser organizado e ajustado à realidade do momento de não agressão ao meio ambiente.
    Com efeito, para a população o que está na natureza tem-se que efetuar os maiores esforços para que lá fiquem. Mais Unidades de Conservação, proteger APPs, as encostas de morro, matas siliares e cessar drenos de brejos e pântanos. O difícil é conseguir com que os exploradores da terra aceitem desbravar o mínimo possível para poder proteger a fauna local. Em geral, algumas dessas pessoas não são originárias da região e não tem o menor apego ou respeito pela tradição ou costumes da localidade e para eles só interessa o lucro que poderá advir com o desfrute da monocultura extremamente agressiva ao meio ambiente.
    Agora, lidar com os amantes de aves é uma conversa mais complicada ainda, são muitos os interesses particulares, na verdade o interesse público que é o mais importante e não pode ser deixado de lado. Senão, não daria para dialogar, não haveria nenhum avanço, ninguém se entenderia, temos que fugir do “samba do crioulo doido”. Uns usam a insensatez para dizer algo infundado e outros até doutores acreditam piamente. Aí, ficamos nos tratando como inimigos ou adversários?
    Buscando o necessário esclarecimento dos problemas de cada tipo de criador, teremos:
    I) Legais e permitidos - os amadores registrados, os conservacionistas, os comerciais, os mantenedores com nota fiscal, os zoológicos e os centro de triagens;
    a) Amadores de passeriformes registrados: Instrução Normativa IN10 do IBAMA – os verdadeiros hobistas, apaixonados são aqueles que participam de torneios e tem pequenas quantidades de indivíduos, a atual legislação é
    clara e correta: fazer transações eventuais, via Sispass e transitar com a relação de pássaros atualizada; Óbices: fora dificuldades e adaptação às IN, nem sempre pragmáticas. Há aqueles que querem e tem o objetivo de auferir lucros com a reprodução que devem se documentar, pagar imposto e se inscrever em outra modalidade.
    b) Conservacionistas: Segmento essencial porque através dele se poderá manter acervos importantíssimos, em especial das aves mais ameaçadas de extinção; Óbices: estes criadores não podem vender o produto da criação. É uma incongruência, se for um criador que muito produz, então, para onde e de que jeito serão encaminhados os filhotes legalmente? Sem o comércio qualquer atividade humana não se sustenta. Isso precisa ser resolvido;
    c) Comerciais: Para os que obtém o registro e estão trabalhando dentro das normas, controle da saída de todas as aves através de nota fiscal; Óbices: são as lojas/pets que precisam se integrar com mais intensidade, afora a visão de que os comerciais são mercenários.
    d) Zoológicos: Comprende um extraordinário serviço prestado à população que poderá conhecer e observar, perto de si, as múltiplas espécies nativas especialmente aquelas que mais interesse despertam; Óbices: nem todos os centros dispõem de recursos para manter condignamente suas aves e ainda há problemas da super lotação; não se pode deixar de tratar de forma prioritária as eventuais dificuldades encontradas na gestão do respectivo manejo;
    e) Centro de Triagens: Organismos necessários para funcionar como depósitos provisórios de aves apreendidas,
    coletadas ou retiradas da população; Óbices: há alguns que funcionam precariamente, sem recursos e sem tratamento individualizado às aves que estão sempre sob ameaça a sua saúde e sob iminente risco de morte. Uma nova concepção sobre a questão tem que ser implementada urgentemente, ou não se terá como apreender aves que estejam em situação de ilegalidade. Onde colocá-las
    f) Mantenedores: Estima-se que mais de 4 milhões de pessoas detém algum tipo de ave nativa sem registro, sem cadastro, sendo que alguns detém até aves raras no mais absoluto sigilo; Óbices: Alimentam o tráfico. O disposto nas Lei 5.197 e 6.605 não permitem essa posse, mas o problema existe, atinge muitas vezes a camada mais pobre da população e é preciso encontrar-se soluções inteligentes para esses casos;
    g) Ilegais - traficantes, aproveitadores e contemptores; com esses não há diálogo, é caso de polícia e de ministério público e punição.
    É bom dizer que não estamos considerando nesse quadro a influência da mídia, da comunidade científica, das ongs, de entidades internacionais e da própria opinião pública brasileira. A situação é complexa e muito delicada. Como faremos para encontrar saídas que visem assegurar a sobrevivência das atividades de todos os segmentos considerados legais e que mantém aves em domesticidade,
    O que sempre falamos não é “samba de uma nota só”, é necessidade premente. Só através de muito diálogo entre todos os representantes do setor privado e público teremos um entendimento; não sabemos de quem seria mais propriamente a iniciativa, mas teria que haver um começo que objetive este entendimento.
    Se todos colocarmos um “desconfiômetro” debaixo do braço, com certeza, com objetividade, poderemos realizar um proveitoso trabalho e que é de nossa responsabilidade, o momento é esse para assegurar a preservação da avifauna brasileira por inteiro. Só o entendimento entre todos poderá dar essa segurança, não há outra saída, essa é a nossa visão de futuro.
    Texto original publicado no Atualidades Ornitológicas 102 de julho de 2001.
    Aloísio Pacini Tostes – Bonfim Paulista – Ribeirão Preto SP
    Multiplicar para Conservar

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