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    A CRIAÇÃO DE COLEIRO E DO BAIANO Empty A CRIAÇÃO DE COLEIRO E DO BAIANO

    Mensagem por Monteiro Junior Ter Dez 03 2013, 11:00

    A CRIAÇÃO DE COLEIRO E DO BAIANO

    Na linha de bem informar o amigo internauta e na seqüência de dicas sobre a criação dos principais pássaros canoros brasileiros, não poderíamos deixar de mencionar a criação do Coleiro e do Baiano. Sem dúvida, é um dos mais populares dos pássaros brasileiros, como disse o amigo Epaminondas Jr. em seu artigo no Jornal do CUBIVALE N. 11 “Seu tamanho diminuto facilita o manejo”.
    É a maior paixão de crianças e adolescentes que gostam de pássaros. Esse lindo passarinho cantador é quase sempre o primeiro tipo de pupilo dos passarinheiros. Foi o meu primeiro, quando tinha 6 a 7 anos, lá pela minha Manhuaçu. Havia centenas deles no quintal de minha casa. Hoje bem mais escasso, mas ainda é, certamente, o que existe em maior número pelo Brasil afora nas suas duas formas principais.
    Conhecem-se, pelo menos, quatro formas diferentes: o coleiro de gola e do peito branco, o Sporophila caerulescens; o baiano, cabeça preta do peito amarelo, o Sporophila nigricollis; o de gola e do peito amarelo, o Sporophila caerulescens hellmayri. Há ainda citações sobre o Sporophila ardesiaca e o Sporophila melanops, como Coleiro mineiro e Coleiro de Goiás, respectivamente. Sobre o cabeça preta do peito branco também seria um Sporophila nigricollis.
    No entanto, há algumas controvérsias sobre a definição das subespécies. Seria preciso mais clareza dos técnicos e dos livros existentes sobre a questão para se tiver a certeza sobre o nome correto. É difícil, mesmo, é conhecer as fêmeas de cada um deles, são idênticas. Os mais comuns são o de gola, o coleiro e de peito branco e o baiano de peito amarelo - são aqueles que mais se cultivam, espécies típicas dependendo da região.
    Afirmam os mais entendidos que são valentes e cantadores. Conhecidos também como: Coleirinha, Coleirinho,, Coleira – Coleiro Laranjeira e o outro Baiano, Macaco ou Papa-Capim – são pássaros de porte pequeno, 11 cm de comprimento, envergadura 17 cm, com 14
    penas grandes em cada asa. De cor preta chamuscada na cabeça e costas; abdome branco ou amarelo; mosca branca nas asas; garganta preta em cima de uma gola branca para ter logo abaixo uma coleira de um preto bastante intenso. Os olhos enegrecidos são circundados com pequenas penas claras, formando um gatinho. Bico é delicado e possui tons amarelados, cor de laranja. Há um marcante dimorfismo sexual: a fêmea tem a cor diferente do macho. Ela é parda, castanho claro, a mesma cor dos machos jovens que vão gradativamente se tornando pretos, e já procriam pardos com a idade de 7/8 meses. Porém, há algumas fêmeas que ficam com a uma leve marcação nas penas representando e dá para perceber a indicação da subespécie que pertence.
    Distribuem-se por grande parte do Brasil, especialmente o Centro-Sul o Coleiro São Paulo e sul do País e o Baiano em Minas Gerais, Goiás e Nordeste Brasileiro e países limítrofes. Na natureza, costuma procriar entre os meses de novembro e abril.
    Preferem as beiradas de matas, pomares, pastos, brejos, capoeiras e praças das cidades. É um pássaro territorialista, isto é, quando está chocando demarca uma área geográfica em torno do ninho onde o casal não admite a presença de outras aves da espécie. Canta muito e assim delimita seu território. Quando não estão na época da reprodução, contudo, podem ser vistos em pequenos grupos junto com os filhotes.
    Estão sempre à procura de alimentos, tipo semente de capim verde. Para isso, agarram-se aos finos talos dos cachos para poderem se alimentar; são especialistas nisso. Embora o braquiária, seja um capim exótico, apreciam muito sua semente e ele tem ajudado muito como alimento. Gostam muito capim colonião e do marmelada.
    Entre os meses de junho e agosto juntam-se em grandes bandos, especialmente nos anos de seca prolongada. Nessas ocasiões, o fogo costuma destruir os capinzais fazendo com que os nossos queridos pássaros desesperados
    e famintos procurem os locais onde possam encontrar comida, muitas vezes até no interior das cidades.
    Seu canto é simples, melodioso e a frase musical tem, em geral, poucas notas; entre cinco ou dez. Não repetem o canto, mas retomam muito rápido em alguns casos um a dois segundos de espaço entre um canto e outro. Existe uma infinidade de dialetos; na verdade, cada ecossistema possui um próprio.
    Todavia, há alguns que são mais apreciados e cultivados pelos criadores. São eles: o tuí-tuí-zero-zero ou tuí-tuí-zel-zel (o mais comum), já nos cantos mais sofisticados, considerados clássicos, o Coleiro emite a terceira nota, assim: tuí-tuí-grom-grom-grom-ze-ze-zel-zel-zell ou e outras variações, para frases bem parecidas. A diferença está apenas no entendimento e na interpretação de segmentos de criadores nas nomenclaturas onomatopéicas das notas.
    Em ambientes domésticos a característica principal do Coleiro e do Baiano é gostarem de passear e de serem submetidos a muita lida, isto é, quanto mais manuseados (mexidos) mais cantam. E seu desempenho nos torneios de canto e fibra está em relação direta com a dedicação que seu dono lhe dispensa. Depende muito disso. São, todavia, de fáceis de entrosamento e ficam muito mansos e inteirados com um pouco de carinho.
    Em suma, o Coleiro e o Baiano são aves muito apreciadas por todos os segmentos de passarinheiros e para vários objetivos, especialmente os torneios de canto. Agora, pelas normativas do IBAMA, há a criação amadorista, só podem ser transacionados, participar de torneios aqueles que forem criados em ambientes domésticos e que tiverem anilha fechada, como prova disso.
    Estão aí, também, as Portarias 118 e 169, que são a de criadouro comercial, a pessoa física ou jurídica que quiser montar um projeto e protocolar no IBAMA, em sua respectiva Superintendência Estadual. No momento, há que aguardar o destravamento da criação comercial o que deve acontecer em breve. Dessa forma, compete-nos então, reproduzi-los em larga escala para poder conservá-los e suprir a grande demanda que está aí. Quem quiser e puder praticar a sua procriação, terá, com certeza, sucesso garantido.
    O Coleiro e o Baiano reproduzem-se com mais facilidade que o bicudo e o curió e com uma produtividade excelente. São aves longevas, vivem por volta de trinta anos, dependendo de sua saúde e do trato que se lhes dispensam.
    Então, uma questão importante diz respeito ao lugar adequado para que eles possam exercer a procriação. Esse local deve ser claro, arejado e sem correntes de vento. A temperatura ideal deve ficar na faixa de 25 a 35 graus Celsius e umidade relativa entre 40 e 60%. O sol não precisa ser direto, mas se puder ser,
    melhor. A época para a reprodução no Centro Sul do Brasil é de novembro a maio, coincidente com o período chuvoso e com a choca na natureza.
    Devem-se utilizar gaiolas de puro arame, com medida de 50 cm comprimento X 30 cm largura X35 cm altura, com quatro portas na frente, comedouros pelo lado de fora para dentro da gaiola. A tala, a medida entre um arame e outro não pode ser maior do que 12,5mm. No fundo, ou bandeja da gaiola, colocar papel, tipo jornal, para ser retirado todos os dias assim que a fêmea tomar banho. Logo depois se deve retirar a banheira para colocá-la no outro dia bem cedo.
    O ninho, tipo taça, tem as seguintes dimensões: seis cm de diâmetro X quatro cm de profundidade, e será colocado pelo lado de dentro da gaiola. Pode ser feito de bucha (Luffa cylindrica) por cima de uma armação de arame. Para estimular a fêmea prender raiz de capim ou fiapos de casca de coco, assim ela cobrirá o ninho com estes materiais.
    A alimentação básica deve ser de grãos, notadamente o alpiste 50%, painço amarelo 30%, senha 10%, Níger 10%, acrescentar periodicamente o painço português legítimo.
    É salutar que de disponibilize, também, ração balanceada extruzada e milharina fina. Ministre também em vasilha separada grit de textura fina com a seguinte composição: pedra canga, calcário calcítico, farinha de ostra e areia. Já sua alimentação especial para a fase de reprodução deverá ser a seguinte composição: farinhada com alto teor de proteína – acima de 20 % - úmida com ovo cozido. Para enriquecer quebre a semente arroz integral em três partes e o sirva cozido misturado à farinhada. Esse mix tem que ser trocado três vezes ao dia, para evitar-se azedamento e conseqüente proliferação de fungos.
    O número de ovos de cada postura é quase sempre dois. Cada fêmea choca 3/4 vezes por ano, podendo tirar até oito filhotes por temporada. As coleiras podem ficar bem próximas umas das outras separadas por uma divisão de tábua ou plástico, mas não podem se ver, de forma alguma. Senão, matam os filhotes ou interrompem o processo do choco, se isto acontecer. Utilizar um macho de excelente qualidade, de preferência um campeoníssimo, para cinco fêmeas. Nunca deixá-lo junto, pois ele quase sempre prejudica o processo de reprodução, e mata os filhotes. O melhor é colocá-lo para galar e imediatamente afastá-lo da fêmea.
    O filhote nasce aos treze dias depois de a fêmea deitar e sai do ninho também aos treze dias de idade e pode ser separado da mãe com 35 dias. Podem-se trocar os ovos e os filhotes de mãe quando estão no ninho. Com oito
    meses, ainda pardos, já poderão procriar. As anilhas serão colocadas do 7O ao 10o dia, com anilha 2,2 mm de diâmetro - 1 a ser adquirida diretamente da fábrica com monitoramente do SisPass.
    Fundamental, porém, é que se tenha todo o cuidado com a higiene. Lembremos que os fungos, a coccidiose e as bactérias são os maiores inimigos da criação, e têm as suas ocorrências inversamente relacionadas com a higiene dispensada ao criadouro. Armazenar os alimentos fora da umidade e não levar aves estranhas para o criadouro antes de se fazer a quarentena, são cuidados indispensáveis.
    Os tipos de torneio para os coleiros mais comuns são:
    1) Fibra - os pássaros são dispostos em círculo, a 20 centímetros do outro; aquele que mais cantar no final da prova é o que ganha;
    2) Canto livre – ganha aquele que mais cantar em 5 minutos, ele compete sozinho, não é analisada a qualidade do canto;
    3) Canto Clássico – A ave é examinada sozinha durante 5 minutos; ganha aquela que tiver o canto mais perfeito dentro do padrão pré-escolhido.
    Tem sido realizados torneios de Coleiros por quase todo o Brasil; sem poder citar todos, Como vimos, as regiões são as mais diversas, a paixão é nacional, sem fronteiras.
    Por fim, como sempre dissemos, não podemos deixar de mencionar essa importante questão: como em todos os tipos de pássaros canoros, os produzidos domesticamente têm muito mais qualidade do que seus irmãos selvagens, isto porque poderemos cruzar os melhores com melhores. Esse é o grande fator de incremento e de estímulo da criação. Quem poderá duvidar disso, a seleção através da genética funciona, e funciona bem. É só testar.
    A confiança da classe é grande, a responsabilidade também, os aficionados são muitos, a demanda é enorme, as matrizes estão aí, capturar é proibido; daí criatórios em ação, o respeito da sociedade e hobby preservado. Agradecemos, pelas informações recebidas do criador, Geraldo Magela Belo. www.qflautas.com.br

    Texto original publicado no Atualidades Ornitológicas 87 de 1999


    Aloísio Pacini Tostes – Bonfim Paulista – Ribeirão Preto SP
    Fonte:http://www.lagopas.com.br/
    A CRIAÇÃO DE COLEIRO E DO BAIANO Lagopas-1

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