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    Mensagem por Monteiro Junior Qui Dez 12 2013, 19:26

    MANEJO, CADA UM TEM UM
    Temos pouco tempo de prática na reprodução de aves nativas no Brasil, isso é verdade, de dez anos para cá de uma forma mais intensiva. Não há realmente experiência anterior e nem tradição nesse mister.
    O que temos na realidade é vivência, de há muito, na manutenção ou na arte de simplesmente mantê-las para coleção, porque tem um bom canto ou porque são raras e belas, portanto um processo criticável no aspecto ambiental porque dependeria sempre da reposição com espécimes retirados da natureza, contrariamente ao que diz a Lei e a vontade da sociedade.
    Esse tipo de utilização não sustentada está diminuindo sensivelmente entre os criadores conscientes de que a questão da sobrevivência do hoby e do negócio depende muito da aprovação pela sociedade entender que as atividades exercidas não estejam prejudicando a biodiversidade na natureza.
    Temos muito que desenvolver ainda, muita gente tem ainda receio de se dedicar à criação de nativos por causa da suposição de estaria realizando algo questionável ou ilegal. É muita desinformação e muito tumulto causado ou por gente mal intencionada ou pela mídia sensacionalista ou por pressão de ongueiros cujas intenções ainda não conseguimos entender.
    Aqueles que se dedicam aos exóticos considerados domésticos, em contrapartida, estão há muitos anos trabalhando com uma certa tranqüilidade, contando com uma vasta literatura para ajudar e orientar suas atividades. Há uma belíssima organização por trás de tudo; também não sofrem ameaças de estarem degradando a natureza.
    Aí vem um importante questão e muito preocupante porque muitos recursos estão sendo desperdiçados: não há quase nenhum tipo de homogeneidade no processo de manejo entre os inúmeros criadores, cada um faz de um jeito; é difícil que haja alguns que repetem ou que procedem de forma idêntica, é contra isso que estamos batalhando.
    Inicia-se pela arquitetura dos criadouros, pelo tipo das gaiolas, pela nutrição, e pelos cuidados com a higiene e assim por diante. Acresce-se a isso a falta de técnicos profissionais especializados na questão referente à reprodução de pássaros em domesticidade.
    Os poucos profissionais que existem tem ajudado muito na medida que se aproximam dos criadores para trocar experiências isto porque são muitas as técnicas que envolvem cada espécie criada e que são questões próprias de comportamento inerentes a cada uma que muitas vezes não é de conhecimento difundido.
    Esse fato, tem muito a ver com o entendimento que a sociedade tem com respeito às atividades exercidas pelo segmento ornitofílico. Temos nos passeriformes canoros o aspecto canto e repetição – a busca do melhor padrão de canto – aí a coisa se complica mais ainda, para alguns isso é uma verdadeira fixação na busca de um pássaro mais valorizado.
    O problema é que não há nenhuma experiência científica ou mesmo um caminho certo a seguir porque muitas são as opiniões, ou melhor experiências de cada um que são as vezes repassadas e que colidem entre si. Na verdade estamos ainda engatinhando nessas questões.
    Nos pássaros: Bicudo, Canário da Terra e Curió esses processos são um entrave à disseminação de manejos padrões, as nuances são muitas. É uma verdadeira ciência que dizem respeito a genética e procedimentos necessários.
    É preciso dizer que há ainda os problemas de legislação e de normas emanadas do poder público que muitas vezes não são bem interpretadas pelos criadores e pelos próprios funcionários.
    Outro grande problema é chamar as aves nativas que estão em domesticidade de “silvestres” , não é mais o caso; silvestres, são aqueles provindos da natureza, esses sim, são selvagens e não podem ser mais capturados; os que nasceram em ambientes domésticos muitos na décima geração, não são silvestres e não podem de forma alguma ser denominados assim; esse fato para um leigo ou para um mais desinformado acaba por confundir e sugerir que se estão se lidando com aves aprisionadas, o que não é verdade.
    Ficamos, ainda meio assustados quanto temos contato com os meios acadêmicos porque para nós as universidades de veterinária e zootecnia, em especial, deveriam ministrar cursos para criação de aves nativas com o objetivo comercial, pois há amparo na lei e também da sociedade desde que haja exploração de um recurso natural de forma sustentada; em suma, os professores estariam defendendo o futuro de seus alunos que teriam um vasto campo pela frente em trabalhar junto aos criadouros na responsabilidade técnica, no manejo e genética.
    Precisa-se de falar em cursos para efetivar-se a reintrodução ou repovoamento que é tarefa da sociedade como um todo, talvez dos efetivos criadores conservacionistas ou científicos, inclusive com dinheiro público envolvido. Os criadores ficariam encarregados de fornecer os pássaros para soltura que já existem aos milhares à disposição.
    Criadores que não tem esse objetivo precisam ter também o maior apoio da academia. Se desenvolvermos a idéia de criação junto ao homem do campo, seria uma forma de mantê-lo em sua localidade com a conseqüente geração de emprego, renda e lazer.
    A EMBRAPA , a EMATER e o INCRA participando e ensinando os campesinos as melhores técnicas de reprodução e de aproveitamento racional dos recursos ali existentes, sem degradar o meio ambiente. Ou fazemos isso ou continuaremos a alimentar o tráfico que com sua perniciosa ação de estimular os mais humildes que vivem no interior a caçar animais silvestres para manter seu nefasto negócio.
    A demanda existe, são bilhões de dólares e se fala muito nisso, vamos explorar esse montão de recursos financeiros e de forma legal. É muito dinheiro envolvido e isso não é brincadeira é coisa séria e ficar apenas falando, dizendo que vai prender, que os responsáveis são desalmados, quebram a quilha do peito das aves, que dopam os bichos e que matam os pais e assim por diante, não é ação efetiva.
    Dito isso, embora exerçamos esse festival de procedimentos de manejo diferentes, motivados pelo tumulto e desinformação existente, estamos com muita dificuldade dando um exemplo para o mundo na procriação notadamente de passeriformes, estamos atingindo estimadamente por volta de 50.000 filhotes de nativos produzidos por ano.
    A nosso ver, não existem outros países que produzem suas aves dessa forma, alguns tem cota de exportação e não produzem nada, são bichos capturados que são depois disso documentados e transformados em mercadorias legais, um contra-senso e uma imoralidade para atender, em alguns casos às pressões do mercado internacional.
    Todavia, nós só vamos realmente nos tornar uma força quando tivermos uma direção a seguir e todos juntos batalharmos para sabermos qual melhor forma de proceder no sentido de incrementar nossa tarefa de reproduzir aves nativas e poder atender a demanda nacional e mundial.
    Vamos conseguir isso se juntarmos nossos esforços de comunicação, de engajamento, de melhorar o processo e parar com essa de cada um ter o seu próprio e diferente manejo. Atitudes e providências devem ser tomadas, vamos nos dar a mãos e trabalhar para mudar esse Brasil com patriotismo, com bom senso e autenticidade.
    Aloísio Pacini Tostes Bonfim Paulista – Ribeirão Preto SP

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